Clarice, abre o chat aí para eu te contar uma história, fiquei esses dois dias sem entrar na Internet, pois aconteceram coisas neles, que valeram por mil!!
Acabei de acordar de um sonho muito doido! Fui comer um pedaço de pão com café, refleti sobre tudo que me aconteceu e respirei fundo e tentei colocar em ordem todo o caos causado nessas 48 horas. Preste atenção em tudo que vou te contar, pois é a mais pura verdade!
Na sexta feira, fui a faculdade como de costume. Nesse dia eu tinha que fazer uma prova de Desenho Industrial, estava fazendo um calor, eu estava com uma baita vontade de ficar em casa. Mas não podia faltar e atrasar todo um semestre. Ao terminá-la, fui ao refeitório, coloquei minha comida: saladas, arroz integral e fui procurar um lugar para me sentar. Encontrei um ao lado de um rapaz . Ao começar a comer, ele me provoca e diz que toda a comida a partir de agora é geneticamente modificada. No momento aquela afirmação me causou um enorme espanto, até porque me tornei vegetariana, você sabe, e associei uma situação a outra. Fiquei curiosa, e continuamos a conversar, foi então quando ele me disse: "Pense, estamos na Terra, TERRA!!" Falou sorrindo. Aliás não parava de sorrir, ironicamente me respondeu: "Quem controla e produz as sementes, brinca na Terra!" Um silêncio se fez, que nó no estômago! Parei, olhei para o fundo dos seus olhos, pareciam ser sinceros, seu sorriso me conquistou.
Fiquei o observando quando foi se levantar para jogar a bandeja fora, olhando seu andar desengonçado, um hominídeo um tanto cabeçudo! Rs! Mas se você o observasse com atenção nos pequenos detalhes e nos seus gestos, perceberia uma beleza de tamanha simplicidade. A meu ver, um caboclo perdido na faculdade. Vestindo uma camisa com as letras GHERS. Perguntei o que significava, ele prontamente respondeu, dizendo que também tinha suas sementes. E que assim elas eram chamadas. Retruquei-o perguntando o que elas produziam..." Respostas." Assim me respondeu.
Uma coisa esse rapaz conseguia me deixar: curiosa. A cada vez que ele pouco falava, mais aumentava a minha vontade de lhe encher de perguntas: de onde ele era, o que ele fazia? Mas no meu peito eu sabia que aquilo tudo era desnecessário, e só seria perda de tempo. Logo era me jogar no vazio, e ver o que iria dar... "Tem essas sementes aí?!" O intimei. "Tenho sim." Falou comigo olhando dentro dos meus olhos. Tirou da sua bolsa uma semente verde, um pouco maior que um grão de feijão, e me explicou que eu deveria colocá-la num copo com água de uma maneira que ela recebesse a luz da lua, fizesse uma profunda oração com muita fé, e assim, teria uma boa colheita. Deu mais um sorriso irônico: "Aproveita, pois amanhã é lua Cheia."
No jardim do campus de Psicologia, não sei o que me deu, um calor, uma chama brotava dentro de mim, sabia que só existia aquele instante passageiro, e num ato de loucura nos abraçamos e nos beijamos tão intensamente como se o tempo tivesse parado, tudo girava ao meu redor, como numa imensa espiral, podia sentir o meu coração batendo tão fortemente, que sua batida vibrava transcendendo os limites do meu corpo e se chocando na mesma frequência das ondas que vinham da direção do coração dele! Literalmente dava choque! Rs! O chão simplesmente desabou! Um olho se abriu no meio do furacão! Seus braços me abraçando, pareciam uma enorme serpente enroscada no meu corpo me apertando , quase me sufocando, mordendo o próprio rabo. Que sensação ! E foi só. Nos despedimos, eu ainda o forcei, lhe perguntando por quê? Ele apenas me dissera que já estava tarde. Acenou pra mim, virou as costas e se dissipou no espaço. Voltei para casa de ônibus naquele dia como se estivesse num transe, não pensava em nada, apenas existia. Algo dentro de mim me dizia que eu deveria fazer o que aquele estranho rapaz me indicara. E fiz: coloquei a semente dentro do copo cheio d’água na janela do meu quarto, sentei em minha cama, acendi uns incensos e umas velas, e fiz meu retiro espiritual. Após isso, caí num profundo sono.
No sábado, o dia amanheceu lindo, acordo com os amigos da faculdade me ligando, convidando para curtir uma praia. Chego lá, consigo me divertir, pois adoro o mar, seu cheiro, as ondas, mas aquele encontro no refeitório me desconcentrava. Na roda de conversa, todos fazendo comentários sobre a prova, ou reclamando da burocracia cotidiana, enquanto isso, eu longe, bem longe com meus pensamentos...
Ao chegar em casa distraída, ligo o computador, tomo o meu banho, faço um lanche, já deitada na cama, olho para janela do meu quarto e vejo em cima do copo uma linda flor amarela!! Instintivamente a devoro! Agora refletindo, não sei por que fiz isso!? Não importa! Acontece, só sei que eu deitei na cama e peguei no sono. Comecei a sonhar que eu podia voar! E voei, voei para bem alto, perto das estrelas. De onde eu estava podia ver a Terra tão pequena como uma semente azul. Mas eu queria voar, voar para mais alto, e vi lá do alto, uma imensa aranha, tecendo enorme teias , todas interligadas, com diversas outras sementes, e com outras aranhas! Era A visão! Um gigante sol vermelho - amarelado brilhava na imensidão... Um touro, um leão, um enorme escorpião... O firmamento aos meus pés, de repente, uma corrente com uma bola de chumbo agarra no meu tornozelo, e eu começo a cair, cair... Até chegar no meu quintal quando ainda era criança. Lá eu vejo meus avós já falecidos, tenho a sensação de vê-los como árvores, antigas, belas árvores com enormes raízes fincadas na terra. Sentada no quintal, tudo parecia fazer sentido, tudo era tão iluminado! As relações da vida, fatos marcantes, os meus pais, o porque deles serem meus pais, a minha escola, por que naquele dia havia batido de carro, e não pude ir na festa, por que me sinto tão sufocada no curso em que escolhi, por que eu terminei com ele, e por que me esbarrei com ele! Passei a entender que todos éramos sementes que foram jogadas na Terra, por alguém que criou as sementes. Assim como frutos os homens geram suas sementes, e nós as mulheres a fecundamos. As sementes para crescer precisam buscar a luz. Essa era a batalha. O parto, o renascimento. Pois na escuridão da noite podemos ver o brilho das estrelas, sementes da agricultura celeste! Logo, existem árvores enormes, com belas flores e frutos, assim como existem plantas rasteiras gramíneas, desde plantas venenosas a plantas que curam. Minhocas, formigas...
Tudo que pode ser imaginado existe. Tudo faz parte do Todo. Tudo é necessário. E que todas as sementes, são partes da mesma semente, inclusive de quem as criou. A grande SER MENTE. Um árvore que quisesse que suas copas alcançassem os céus, deveria fincar suas raízes no mais profundo da terra. Assim um tronco bem forte é criado para suportar diversos verões, invernos, outonos e primaveras. As rachaduras são marcas que só o tempo pode trazer. Sem jamais reclamar, fazendo o mistério da transmutação : fotossíntese, e oferecendo uma bela sombra a quem precisasse descansar. Ao estar madura, frutos saborosos geraria. E quando chegasse o dia dessa árvore cair, ela serviria de adubo para Terra. Me vi como uma árvore. Me vi caindo. Nesse momento acordei. Olhei para o lado, lá estava o copo cheio d’água apenas. Eu me pergunto? Tudo isso aconteceu? Era um sonho dentro de um outro sonho? Tentar encontrar informações do rapaz é inútil. Mas eu estava lúcida! O beijo aconteceu! E eu entendi. Vivi. Agora quem será ele? Um gnomo, um bruxo? Não sei. Talvez não queira que as pessoas percebam que ele já não possui mais um reflexo no espelho. Não sei, nem quero saber! O que realmente importa é a nova inspiração que eu tenho para viver. Algo em mim simplesmente mudou. Me parece que só existe o agora, que devemos ser responsáveis pelas nossas escolhas, que nossos pensamentos também são sementes, e novas idéias precisam ser germinadas pela Terra. O que gera evolução é a metamorfose provocado pela mistura, mas os donos da Terra querem homogeneizar tudo! E agora, mais do que nunca, eu entendia que a casca da semente era moldada pelo fogo, ar, terra e água existentes em toda a natureza. E dentro dessa casca já velha ou nova, ainda não sei, existe uma linda flor selvagem, louca para desabrochar! E exalar seu perfume por toda a eternidade...
Acabei de acordar de um sonho muito doido! Fui comer um pedaço de pão com café, refleti sobre tudo que me aconteceu e respirei fundo e tentei colocar em ordem todo o caos causado nessas 48 horas. Preste atenção em tudo que vou te contar, pois é a mais pura verdade!
Na sexta feira, fui a faculdade como de costume. Nesse dia eu tinha que fazer uma prova de Desenho Industrial, estava fazendo um calor, eu estava com uma baita vontade de ficar em casa. Mas não podia faltar e atrasar todo um semestre. Ao terminá-la, fui ao refeitório, coloquei minha comida: saladas, arroz integral e fui procurar um lugar para me sentar. Encontrei um ao lado de um rapaz . Ao começar a comer, ele me provoca e diz que toda a comida a partir de agora é geneticamente modificada. No momento aquela afirmação me causou um enorme espanto, até porque me tornei vegetariana, você sabe, e associei uma situação a outra. Fiquei curiosa, e continuamos a conversar, foi então quando ele me disse: "Pense, estamos na Terra, TERRA!!" Falou sorrindo. Aliás não parava de sorrir, ironicamente me respondeu: "Quem controla e produz as sementes, brinca na Terra!" Um silêncio se fez, que nó no estômago! Parei, olhei para o fundo dos seus olhos, pareciam ser sinceros, seu sorriso me conquistou.
Fiquei o observando quando foi se levantar para jogar a bandeja fora, olhando seu andar desengonçado, um hominídeo um tanto cabeçudo! Rs! Mas se você o observasse com atenção nos pequenos detalhes e nos seus gestos, perceberia uma beleza de tamanha simplicidade. A meu ver, um caboclo perdido na faculdade. Vestindo uma camisa com as letras GHERS. Perguntei o que significava, ele prontamente respondeu, dizendo que também tinha suas sementes. E que assim elas eram chamadas. Retruquei-o perguntando o que elas produziam..." Respostas." Assim me respondeu.
Uma coisa esse rapaz conseguia me deixar: curiosa. A cada vez que ele pouco falava, mais aumentava a minha vontade de lhe encher de perguntas: de onde ele era, o que ele fazia? Mas no meu peito eu sabia que aquilo tudo era desnecessário, e só seria perda de tempo. Logo era me jogar no vazio, e ver o que iria dar... "Tem essas sementes aí?!" O intimei. "Tenho sim." Falou comigo olhando dentro dos meus olhos. Tirou da sua bolsa uma semente verde, um pouco maior que um grão de feijão, e me explicou que eu deveria colocá-la num copo com água de uma maneira que ela recebesse a luz da lua, fizesse uma profunda oração com muita fé, e assim, teria uma boa colheita. Deu mais um sorriso irônico: "Aproveita, pois amanhã é lua Cheia."
No jardim do campus de Psicologia, não sei o que me deu, um calor, uma chama brotava dentro de mim, sabia que só existia aquele instante passageiro, e num ato de loucura nos abraçamos e nos beijamos tão intensamente como se o tempo tivesse parado, tudo girava ao meu redor, como numa imensa espiral, podia sentir o meu coração batendo tão fortemente, que sua batida vibrava transcendendo os limites do meu corpo e se chocando na mesma frequência das ondas que vinham da direção do coração dele! Literalmente dava choque! Rs! O chão simplesmente desabou! Um olho se abriu no meio do furacão! Seus braços me abraçando, pareciam uma enorme serpente enroscada no meu corpo me apertando , quase me sufocando, mordendo o próprio rabo. Que sensação ! E foi só. Nos despedimos, eu ainda o forcei, lhe perguntando por quê? Ele apenas me dissera que já estava tarde. Acenou pra mim, virou as costas e se dissipou no espaço. Voltei para casa de ônibus naquele dia como se estivesse num transe, não pensava em nada, apenas existia. Algo dentro de mim me dizia que eu deveria fazer o que aquele estranho rapaz me indicara. E fiz: coloquei a semente dentro do copo cheio d’água na janela do meu quarto, sentei em minha cama, acendi uns incensos e umas velas, e fiz meu retiro espiritual. Após isso, caí num profundo sono.
No sábado, o dia amanheceu lindo, acordo com os amigos da faculdade me ligando, convidando para curtir uma praia. Chego lá, consigo me divertir, pois adoro o mar, seu cheiro, as ondas, mas aquele encontro no refeitório me desconcentrava. Na roda de conversa, todos fazendo comentários sobre a prova, ou reclamando da burocracia cotidiana, enquanto isso, eu longe, bem longe com meus pensamentos...
Ao chegar em casa distraída, ligo o computador, tomo o meu banho, faço um lanche, já deitada na cama, olho para janela do meu quarto e vejo em cima do copo uma linda flor amarela!! Instintivamente a devoro! Agora refletindo, não sei por que fiz isso!? Não importa! Acontece, só sei que eu deitei na cama e peguei no sono. Comecei a sonhar que eu podia voar! E voei, voei para bem alto, perto das estrelas. De onde eu estava podia ver a Terra tão pequena como uma semente azul. Mas eu queria voar, voar para mais alto, e vi lá do alto, uma imensa aranha, tecendo enorme teias , todas interligadas, com diversas outras sementes, e com outras aranhas! Era A visão! Um gigante sol vermelho - amarelado brilhava na imensidão... Um touro, um leão, um enorme escorpião... O firmamento aos meus pés, de repente, uma corrente com uma bola de chumbo agarra no meu tornozelo, e eu começo a cair, cair... Até chegar no meu quintal quando ainda era criança. Lá eu vejo meus avós já falecidos, tenho a sensação de vê-los como árvores, antigas, belas árvores com enormes raízes fincadas na terra. Sentada no quintal, tudo parecia fazer sentido, tudo era tão iluminado! As relações da vida, fatos marcantes, os meus pais, o porque deles serem meus pais, a minha escola, por que naquele dia havia batido de carro, e não pude ir na festa, por que me sinto tão sufocada no curso em que escolhi, por que eu terminei com ele, e por que me esbarrei com ele! Passei a entender que todos éramos sementes que foram jogadas na Terra, por alguém que criou as sementes. Assim como frutos os homens geram suas sementes, e nós as mulheres a fecundamos. As sementes para crescer precisam buscar a luz. Essa era a batalha. O parto, o renascimento. Pois na escuridão da noite podemos ver o brilho das estrelas, sementes da agricultura celeste! Logo, existem árvores enormes, com belas flores e frutos, assim como existem plantas rasteiras gramíneas, desde plantas venenosas a plantas que curam. Minhocas, formigas...
Tudo que pode ser imaginado existe. Tudo faz parte do Todo. Tudo é necessário. E que todas as sementes, são partes da mesma semente, inclusive de quem as criou. A grande SER MENTE. Um árvore que quisesse que suas copas alcançassem os céus, deveria fincar suas raízes no mais profundo da terra. Assim um tronco bem forte é criado para suportar diversos verões, invernos, outonos e primaveras. As rachaduras são marcas que só o tempo pode trazer. Sem jamais reclamar, fazendo o mistério da transmutação : fotossíntese, e oferecendo uma bela sombra a quem precisasse descansar. Ao estar madura, frutos saborosos geraria. E quando chegasse o dia dessa árvore cair, ela serviria de adubo para Terra. Me vi como uma árvore. Me vi caindo. Nesse momento acordei. Olhei para o lado, lá estava o copo cheio d’água apenas. Eu me pergunto? Tudo isso aconteceu? Era um sonho dentro de um outro sonho? Tentar encontrar informações do rapaz é inútil. Mas eu estava lúcida! O beijo aconteceu! E eu entendi. Vivi. Agora quem será ele? Um gnomo, um bruxo? Não sei. Talvez não queira que as pessoas percebam que ele já não possui mais um reflexo no espelho. Não sei, nem quero saber! O que realmente importa é a nova inspiração que eu tenho para viver. Algo em mim simplesmente mudou. Me parece que só existe o agora, que devemos ser responsáveis pelas nossas escolhas, que nossos pensamentos também são sementes, e novas idéias precisam ser germinadas pela Terra. O que gera evolução é a metamorfose provocado pela mistura, mas os donos da Terra querem homogeneizar tudo! E agora, mais do que nunca, eu entendia que a casca da semente era moldada pelo fogo, ar, terra e água existentes em toda a natureza. E dentro dessa casca já velha ou nova, ainda não sei, existe uma linda flor selvagem, louca para desabrochar! E exalar seu perfume por toda a eternidade...
- Clarice: – Ai Maria Alice, tem coisas que só acontecem com vc!
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Um instante passageiro
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