27 voltas pelo Sol...


Caminhando no meio
do fio da navalha
consigo enxergar
a beleza
no reflexo
perplexo
da desgraça.
O movimento
do ritmo
o desapego
e seu misterioso
enredo.
Sentir o sentimento
no vazio
do silêncio.
A direção do intento.
Lapidando a alma
transmutando o veneno
olhar sereno
coração batendo
sinto daqui o seu cheiro
sorriso aberto
o brilho do tempo
a sabedoria dos erros
a queda
e o renascimento
eu quero a fome do desespero
a loucura do preso
a inocência do menino
a explosão do orgasmo
o amor de mãe
a paixão da primeira vista
o conhecimento sagrado
a curiosidade do gato
a alegria do cão
a agilidade do rato
o suor do cansaço
o calor do seu abraço
a inspiração da poesia
a alquimia do trabalho
físico
psiquico
sexual
laboral
e o espiritual...
vibrando no alto astral
contra os predadores do umbral
infantaria de frente
na eterna luta
do bem contra o mal
tentei amar a enfermeira
a atriz e a sereia...
re encontrei a feiticeira
e subi e caí
das estrelas.

Arte de confundir
arte de furtar
arte do amor
arte da guerra
arte do vendedor
arte do professor
aprendendo a aprender
aprendendo a viver
aprendendo a ser
no ensaio e erro
no palco da vida
ora coadjuvante
as vezes protagonista
criando
e exigindo
o real do impossível
vivendo o último segundo
o mais intenso possível.


"Quando os assassinos do rei estão a solta, mil magos surgem na Terra."
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Melancólicalcólico


Que tristeza
de carência
de se perder
na essência
de querer ir além
das aparências
tão difícil
mergulhar no profundo
mais fácil
ficar na superfície
do superficial
a ilusão do efêmero
sem a poesia do mundo
simples e marginal.
O falso
superando o original
a falsificação
da cópia
agita a procura
no mercado...
Você encontra
na próxima esquina
ali do lado...
Quero a cura para
as chagas
do meu corpo
que não sabe mais
o que é o amor
a decomposição
que compõe
a incógnita desse torpor
o tédio que corrói
os ossos
de quem mais uma vez
perdeu o foco
no vazio do ócio
do monstro da dúvida.
O filho da viúva
que perdeu a medalha
mas ganhou a luta.
A preguiça de seguir
solitário pelo caminho
as vezes mal acompanhado
ou sozinho
matando a cobra
e dando bico no ninho
queria sentir
a confiança de
um velho amigo
chorar num ombro
em desabafo
ser compreendido
sem pronunciar
uma só palavra
receber um singelo
carinho...
Compartilhar
pensando no próximo
esquecendo do próprio umbigo
girar a roda da fortuna
sem tomar prejuízo
ir para lavoura
atrás do meu trigo
voar nos meus sonhos
moínhos de ventos
onde derroto o inimigo
por alguns instantes
me sentir pleno.

Esquecer da dor
da lucidez
de saber a cura
mas estar viciado
no veneno...
Conhecer o fim do enredo
sem saber quem
escreveu o começo
e ainda assim
repetir mais uma vez
o erro do mesmo
roteiro.


A mente em meu caminho, a mente em todo lugar...
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