Odisséia na Babilônia



O tempo corre
escorre pelos dedos
bombas no ventre
no córrego que carrega
a mãe gentil...
segura na pequena mão frágil
do inocente civil...
Todas as histórias são as mesmas
que se repetem
com nomes trocados
e mesmos significados.
Inventemos então, um novo enredo
com outro intinerário...
mas como sempre
tudo fica no dito pelo não dito
prefiro escutar o silêncio
no canto dos pássaros.
Com desapego na luta
o castigo da labuta
se torna um sacro ofício
numa brincadeira de criança
sem horário.
Pago um curso de línguas e dança
e esqueço até que sou um escravo
vivendo em paz com meu salário.
Já que o passado e o futuro
não existem,
sinto tudo que está aqui.
O que vale a pena é ver a criança sorrir
pois quando acaba a festa
já é tarde até pra se despedir.
Carrego na memória celular
a luta pela sobrevivência
dos meus ancestrais
No cativeiro da babilônia
ou na favela de Manaus
conspirando e inspirando
pela fuga de Alcatraz.
Mas nenhum tesouro escondido
ou poder de um reinado
supera a falta
que o verdadeiro amor me faz.

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Oleh

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