Do Enem

... já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo que consentia, num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda a ordem, mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco, é esta consciência que me liberta, é ela hoje que me empurra, não são outras agora minhas preocupações , é hoje outro meu universo de problemas, num mundo estapafúrdio, definitivamente fora de foco, cedo ou tarde tudo se acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você que fica paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada, impossível ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta, me recuso pois a pensar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a religião, a humanidade, me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, conscientemente escolhi o exílio, me bastando hoje, o cinismo dos indiferentes...

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Oleh

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